terça-feira, 2 de setembro de 2008

Os filhos que não são meus

Ontem, por coincidências da vida eu e a amiga I. tivemos de ficar a tomar conta de 2 meninos lindos, que são os filhotes da F.
Ora, esses dois meninos lindos, M. e G., fizeram-me perceber (ali em pouco mais de 2 horas) como é bom e mau ter filhos.
[Não se escandalizem que eu passo a explicar]
Claro que ter filhos não é mau, mas a minha ideia de ter 4 (não se escandalizem novamente; como filha única que sou, não quero que o mesmo aconteça aos meus filhos, o que é natural) barreu-se-me logo da ideia assim que analisei ao pormenor aqueles dois malandros.
Um é o terror em pessoa. Quase às 20h parecia que tinha a energia de quem acaba de acordar, ele pulava, ele berrava, ele fazia disparates.
O outro, coitadinho, é mais pequenino e ainda por cima tinha um dói-dói e lá andava ele com a sua pupa e a fraldinha.
Ah, é verdade! Pupa não existe no vocabulário infantil alentejano. Levei um gozo desgraçado do G. por causa do pupa e do meu sotaque nortenho que se evidenciava cada vez que tinha de correr atrás dele pelos corredores da USP.
Aquele rapaz deu-nos mesmo que fazer....não parava de implicar com o irmão doente e ainda por cima estava sempre a ver se nos tramava.
Até nos trancou no gabinete da I, imaginem....
E nós a olhar uma para a outra, tipo aterrorizadas, e a pensar: " Nós estamos nas mãos de um puto de 5 anos, que nos trancou dentro de um gabinete".
Hilariante....mas só quando finalmente o conseguimos convencer a abrir a porta, e que mesmo assim teve de ser puxada à força porque o desgraçado é mais magro que um palito, mas tem uma força.
Bem, foram só aventuras, mas no fundo tanto um como outro são miúdos muito inteligentes, o G. principalmente, que ainda não entrou para a escola e já lê e escreve o seu nome.
Quando estavam mais sossegaditos até dava para conversar com eles sobre americanos, armadilhas, prisioneiros, cordas, algemas, maneiras de escapar à prisão, e por aí fora...
Foi um fim de tarde diferente ( com mais aventuras pela noite, devido aos mosquitos, claro) mas agradecemos a mãe dos pequenos ter chegado logo, senão....

2 comentários:

João Picado disse...

Fora a parte de provocar o irmão mais novo que até estava doente (as crianças são cruéis), tudo o resto tinha a sua piada. Pelo menos do ponto de vista dele! Sim, porque imagino que ficarmos trancados no gabinete não deve ser muito agradável. Mas imagino o riso malandro do G. quando o fez e os pensamentos vitoriosos: "Já enganei aquelas duas..."

Namaste disse...

Podes crer. Ele era assim: "Eu não consigo rodar a chave; não sei para que lado é!" e nós roda para o lado do gabinete da R. E ele: "Não consigo"! E a rir-se como um desgraçado!
O puto é demais!